quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vestimenta

Hoje, em uma manhã bem inspirada, deixei de lado os meus afazeres trabalhistas e dediquei um momento para uma criação. Segue o texto:

Vestimenta

Sapato sujo não limpa o chão.
Sapato sujo não ganha o pão.
Sapato sujo é do ladrão.
Sapato sujo também é do chefão.

Camisa rasgada não veste ninguém.
Camisa rasgada não vale um vintém.
Camisa rasgada só pobre a tem.
Camisa rasgada o trabalho não vem.

Calça furada provoca exclusão.
Calça furada não causa tesão.
Calça furada, a moda do mundo cão.
Calça furada, dor e solidão.

A vestimenta que alimenta.
A vestimenta que ao pobre atormenta.
A vestimenta que o rico ostenta.
A vestimenta é a ferramenta.

Vestir-se para a vivência.
Vestir-se pura conveniência.
Vestir-se por obediência.
Vestir-se para a sobrevivência.

Despir-se é uma indecência.
Despir-se para perder a inocência.
Despir-se por pura decadência.
Despir-se também para a sua existência.

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3 Comentários:

Blogger Tracy disse...

"Despir-se também para a sua existência."
Ás vezes é preciso despir-se muito mais do que a vestimenta para continuarmos existindo.Quantas vezes não temos de deixas blusas de principios e calças de orgulho não é?!! Adorei o Poema :D

16 de maio de 2009 às 14:23  
Blogger Wilson Ossoguju disse...

Aê Vendell!!!
Que continue criando, mano!

17 de maio de 2009 às 20:28  
Blogger Wendell Augusto disse...

Isso é verdade colega Tracy, e ainda prosseguindo, só falta despirmos dos nossos próprios corpos... há quem faça!!!

17 de maio de 2009 às 22:57  

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