sexta-feira, 1 de maio de 2009

A ABOLIÇÃO DO TRABALHO

Trabalhadores, vocês estão entediados? Então sacudam suas jaulas!
A seguir vão alguns trechos do texto "A Abolição do Trabalho" de Bob Black, no Brasil publicado como parte do livro Groucho-Marxismo, dentro da Coleção Baderna.
E viva a Revolução Lúdica!
"NINGUEM JAMAIS DEVERIA TRABALHAR.
_O trabalho é a fonte de quase todos os sofrimentos do mundo.Praticamente qualquer mal que se possa mencionar vem do trabalho ou de se viver num mundo projetado para o trabalho.
_Isso não significa que precisamos parar de fazer coisas. Significa criar um novo estilo de vida baseado na brincadeira; em outras palavras, uma revolução lúdica. Com "brincadeira", quero dizer também festividade, criatividade, convívio, comensalidade e talvez até arte. Brincar é mais do que brincar como crianças, por mais que isso tenha seu valor. Eu clamo por uma aventura coletiva de alegria generalizada e exuberância livremente interdependente. Brincar não é algo passivo. Sem dúvida, precisamos de muito mais tempo do que temos agora para o ócio e a folga totais, independentemente de renda ou ocupação; mas, uma vez recuperados da exaustão causada pelo emprego, todos nós queremos agir.
(...)
_Você deve estar se perguntando se estou brincando ou falando sério. Estou brincando e falando sério. Ser lúdico não é ser ridículo. Brincadeiras não precisam ser frívolas, embora frivolidade não signifique trivialidade; muitas vezes, deveríamos levar frivolidade a sério. Eu gostaria que a vida fosse um jogo - mas um jogo de apostas elevadas. Eu quero jogar a sério.
(...)
_Vamos fingir por um momento que o trabalho não transforma as pessoas em submissos estulficados. Vamos fingir, desafiando qualquer psicologia plausível e a ideologia de seus propagadores, que ele não tem efeito algum na formação do caráter. E vamos fingir que trabalho não é chato, cansativo e humilhante como todos de fato sabemos que é. Mesmo assim, o trabalho ainda seria um insulto a todas as aspirações humanistas e democráticas, penas porque usurpa tanto de nosso tempo.
(...)
_O que eu disse até agora não deveria causar controvérsias. Muitos trabalhadores estão fartos do trabalho. Há índices altos e crescentes de faltas, rotatividade, furtos e sabotagens, greves anárquicas e corpo mole em geral no trabalho. Pode algum movimento rumo a uma consciente, e não apenas visceral, rejeição do trabalho. E, no entanto, a sensação que prevalece, universal entre chefes e seus agentes e também difundida entre os próprios trabalhadores, é que o trabalho é inevitável e necessário.
_Eu discordo. Agora é possível abolir o trabalho e substituí-lo, nos casos em que ele tem finalidades úteis, por uma variedade de novos tipos de atividades livres. Abolir o trabalho requer atacá-lo em duas frentes, a quantitativa e a qualitativa. Por um lado, o lado quantitativo, precisamos cortar de forma maciça a quantidade de trabalho que está sendo feito. Atualmente, a maior parte do trabalho é inútil ou coisa pior, e deveríamos simplesmente acabar com ela. Por outro lado - e acho que essa é a parte crucial e a novidade revolucionária -, precisamos pegar o trabalho que permanece útil e transformá-lo em uma variedade de passatempos lúdicos e artesanais, indistiguiveis de outros passatempos prazerosos exceto pelo fato de que resultam em produtos finais úteis. Certamente isso não os deveria tornar menos atraentes. Aí, todas as barreiras artificiais do poder e da propriedade poderiam cair. A criação poderia tornar recreação. E todos poderíamos parar de sentir medo um dos outros.
(...)
_Ninguém pode dizer no que resultará liberar a energia criativa embotada pelo trabalho. Tudo pode acontecer. O cansativo problema do debate entre liberdade e necessidade, com suas nuances teológicas, se resolve na prática quando a produção de valores de uso é coextensiva à fruição de atividades lúdicas deliciosas.
(...)
_Trabalhadores do mundo... relaxem!"

1 Comentários:

Blogger Wendell Augusto disse...

Vamos quebrar nossas máscaras e deixar de andar em filas...
Andei assistindo THE WALL!!!

5 de maio de 2009 às 18:41  

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