domingo, 15 de março de 2009

Continuação do comentário sobre a tristeza do Palhaço...


Numa tarde de 1808, um homem, com a dor e o desespero estampados na face, entrou no consultório do Dr. James Hamilton, em Manchester, Inglaterra. Chocado com a tristeza do homem, o médico perguntou:
—Você está doente?
—Estou. Sou vítima de mortal enfermidade.
—Que enfermidade?
—Tenho medo do terror do mundo à minha volta. Estou morrendo de depressão e não encontro felicidade nem alegria em lugar algum. Não vejo motivos para continuar vivendo esta vida miserável. Me ajude, doutor, pois acho que vou me matar.
—Sua doença não é absolutamente mortal, meu bom homem. Você precisa é sair de dentro de você mesmo, precisa rir, extrair algum prazer da vida.
—O que é que o senhor me aconselha?
—Vá ao circo hoje à noite e veja o palhaço Grimaldi. Grimaldi é o ser vivo mais engraçado do mundo. Ele vai curá-lo da sua tristeza.
—Doutor —disse o homem, desesperado.— Eu sou Grimaldi.
Na verdade, o famoso palhaço Joe Grimaldi (1779-1837), embora maníaco-depressivo, morreu na cama, de morte natural.


*Texto do mestre Fausto Wolff presente no livro A Milésima Segunda Noite ou História Do Mundo Para Sobreviventes. Este texto está na 440ª noite.

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